terça-feira, 17 de julho de 2012

Um pouquinho de história....

Olá amig@s!!

Estamos há 15 dias de inciar mais uma Semana Mundial de Aleitamento Materno, e o tema deste ano é "Entendendo o passado, planejando o futuro!".



Pegando carona no tema, quero falar um pouquinho sobre a história de alguns mitos da amamentação, mitos  estes que ainda exercem uma força enorme no processo de amamentar.

Tudo começa no período de descobrimento do Brasil. Nesta época, os índios tupinambás difundiam a amamentação amplamente, amamentando seus rebentos até os 18 meses. Mas chegaram os portugueses e trouxeram com eles o hábito do desmame, pois naquela época amamentar não era uma prática digna das mulheres da burguesia europeia.

Com as mudanças econômicas e sociais, a partir do século XIX, houve um movimento inverso, de incentivo à prática do amor materno incondicional, onde a amamentação era a maior representação deste amor incondicional. Começa então uma grande pressão social sobre as mães, que deveriam amamentar e se não conseguissem a responsabilidade era toda delas.

Com o "incentivo" à amamentação, começam a "surgir" as dificuldades, os problemas no processo de amamentar. Sem saber explicar o que acontecia, afinal acreditava-se que a amamentação era um ato natural e instintivo, surge a máxima do "leite fraco", como justificativa para essas dificuldades. Infelizmente essa "desculpa" foi amplamente aceita pela sociedade e até hoje exerce um forte poder sobre as famílias.

Olhando um pouquinho o passado entendemos o que acontece hoje. Ainda bem que a ciência evoluiu muito e hoje, com várias pesquisas em mãos, sabemos que a amamentação não é um processo natural e instintivo, que precisa sim de ajuda para se instalar da melhor forma. Sabemos também que não há leite materno de baixa qualidade, mas sim falhas na técnica da amamentação que dificultam a alimentação do bebê e trazem efeitos desagradáveis para as mães.

As pesquisas mostram incansavelmente que o leite materno é o melhor alimento para os bebês desde o nascimento, que tem tudo que ele precisa. Inúmeras ações existem hoje para incentivar a amamentação, e graças aos esforços de todos temos conseguidos bons resultados. E o Brasil é exemplo pra muitos lugares.

Mas temos pela frente um novo desafio. Não basta começar a amamentar, é importante continuar. E como fazer isso? Por quê tantas mães não conseguem seguir em frente? O que está faltando?

O convite da WABA para a Semana Mundial de Aleitamento Materno 2012, para "Olhar o passado e planejar o futuro" é o ponto de partida. Quando olhamos a história do aleitamento nas sociedades entendemos muito das dificuldades que atrapalham o processo de amamentar hoje. Claro que as campanhas de promoção e incentivo precisam continuar, mas abrir mais espaço para um acompanhamento mais integral do pós parto, até uma amamentação segura e prazerosa, e entender as dificuldades individuais de cada dupla mãe-bebê, é o caminho para chegarmos no tão sonhado índice de 100% de aleitamento materno exclusivo aos 6 meses.

Precisamos de famílias mais informadas, profissionais mais qualificados e apoio maior ainda do governo, em todas as esferas, com ações e leis que protegem o aleitamento, o desenvolvimento das nossas crianças e tornando as experiência de ser mãe e pai mais prazerosa ainda, com menos frustrações.

Vamos pegar carona nos movimentos de humanização do parto, de desenvolvimento da primeira infância. Vamos dar as mãos e caminhar juntos, integrados, e com certeza os resultados serão melhores a aparecerão mais rápidos.

Abraços,
Com carinho!

Texto de referência:
"Mitos e crenças sobre o aleitamento materno"
Emanuele Souza Marques e col.
Revista Ciência e Saúde Coletiva, num 16, 2011.

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