terça-feira, 23 de junho de 2015

Por nutrir, por amor ou por prazer: amamentação como escolha!

Olá!

Estive afastada das atividades do blog no último ano devido à conclusão do meu Mestrado. Graças a Deus consegui terminar e agora posso retomar os post com mais tranquilidade!

Para retomar os post do blog, gostaria de compartilhar com vocês a experiência bem bacana que tive ontem. Tive o prazer e a oportunidade de participar do Workshop de Inverno do Núcleo do Aleitamento Materno (NALMA) da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP.


Tivemos um debate bem legal sobre maternidade e questões de gênero com os alunos de graduação e pós-graduação.

As questões de gênero estão diretamente ligadas às escolhas e ao comportamento das mulheres frente à amamentação e a maternidade. O papel que temos perante a sociedade, nossos conceitos e como a família e os outros nos vêem e o que esperam de nós influenciam nossas decisões.

Muitas mulheres sonham em ser mãe, muitas desejam a maternidade porque é socialmente esperado que uma mulher se case e tenha filhos. Mas também temos muitas mulheres que não desejam ter filhos, e não são menos mulheres por causa disso.

Assim também acontece com a amamentação: apesar de todos os benefícios que conhecemos para a mulher, para o bebê e para toda a família, a amamentação tem significados diferentes para cada mulher, para sua família e para seu companheiro.

O mais importante é que a escolha deve ser consciente, informada. Toda mulher deve receber todas as orientações sobre o aleitamento materno, desde a gestação, em vários momentos. E estas orientações devem também abranger sua família e seu companheiro (a), pois são eles que estarão no dia-a-dia ajudando esta nova mãe nesta nova e desafiante fase. Mas a palavra final é sempre da mulher.

E mesmo as que optam por não amamentar precisam do nosso apoio, pois enfrentar uma sociedade que impõe a amamentação como obrigação não é fácil.

Este é um assunto polêmico. Prometo retomar trazendo mais conteúdo. Mas de tudo quero que fique bem claro que EU SOU EXTREMAMENTE A FAVOR DA AMAMENTAÇÃO!! Mas respeito e acolho de coração cada mãe e suas decisões individuais.

Prometo retomar este assunto com mais calma.
Com carinho
Carol

terça-feira, 13 de maio de 2014

Humanização do nascimento: contato pele a pele precoce!

Ola querid@s!!

Hoje acordei com uma reportagem dizendo que agora é lei, e toda maternidade pública deverá permitir o contato precoce entre o bebê e a mãe logo após o nascimento, antes de qualquer procedimento.O Ministério da Saúde publicou uma portaria que, além desta recomendação, também recomenda o clampeamento tardio do cordão umbilical, após parar de pulsar. Este procedimento previne anemia nos bebês por garantir um maior aporte de sangue.

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/videos/t/edicoes/v/maternidades-publicas-devem-aumentar-o-contato-entre-a-mae-e-o-bebe/3342162/

Posso dizer que foi uma ótima noticia. Uma grande vitória na humanização do nascimento. Segundo o blog do Ministério da Saúde, a portaria vem oficializar a recomendação da OMS



A Organização Mundial da Saúde (OMS) já recomenda o contato pele a pele precoce, sendo esta recomendação o 4º Passo da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). Este passo recomenda:

"Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento. Colocar os bebês em contato pele a pele com suas mães imediatamente após o parto por no mínimo uma hora e encorajar as mães a reconhecer quando seus bebês estão prontos para serem amamentados, oferecendo ajuda se necessário."

O contato precoce favorece o fortalecimento do vínculo e estimula o apego, além disso, ajuda a manter o bebê aquecido e calmo. Ele deve ser colocado, sem roupa, sobre o colo da mãe. Deve ser deixado por pelo menos 1 hora e estimulado a iniciar a amamentação. Mas infelizmente até hoje este direito foi roubado de muitas mães, substituído por procedimentos e rotinas que sempre anularam o poder da mulher enquanto mãe e consideravam mais importante as necessidades da equipe e da instituição. Agora as coisas terão que mudar.

Para entender melhor o que acontece neste primeiro encontro entre mãe e bebê, o site Aleitamento.com compartilhou recentemente uma pesquisa que descreveu as etapas deste momento. São elas:

1. choro
2. relaxamento
3. despertar
4. atividade
5. descanso
6. tateado
7. familiarização
8. sucção
9. sono





É um momento tão importante que nenhuma mulher e nenhum bebê deveriam ser privados de vivê-lo. Fico feliz em saber que temos agora um respaldo legal, que não estamos mais sozinhos na luta por este direito, mas me entristece saber que algo tão natural precisa virar lei para acontecer. Então que seja assim!

Só espero que não vire uma "rotina banal" e que os profissionais envolvidos não sejam só "treinados" para ajudar as mães neste momento, mas que sejam sensibilizados sobre a sua importância. E que entendam que contato pele a pele é pele do bebê na pele da mãe, no colo, que o bebê não deve ser forçado a pegar o peito, mas que isso deva acontecer dentro do seu tempo, que o contato não deve ser por 5 minutos e sim por pelo menos 1 hora.

E vamos em frente na luta por uma maternidade mais respeitada e humana!

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Pouco leite? parte 2.

Ola querid@s!


Diante de uma reportagem lamentável que está circulando na internet da revista Pais e Filhos, me senti na obrigação de retomar um assunto que já comentei aqui no blog anteriormente: como saber se o que o bebê está mamando é suficiente?

Para quem não teve a oportunidade de ler o POST ANTERIOR, vamos retomar alguns pontos importantes:

1. o choro do bebê não é parâmetro único para saber se ele está bem alimentado! Bebês recém-nascido choram muito nos primeiros meses de vida. Choram porque estão com sono, choram por frio, por calor, porque a fralda está suja, porque a roupa incomoda, porque está muito barulho ou muito silêncio, porque podem ter refluxo e refluxo causa queimação e dói, choram porque querem colo de mãe e de pai, porque sentem saudade da época que estavam dentro da barriga, era muito mais gostoso e mais fácil la dentro.....e choram por fome também, porque está na hora de mamar. Bebês recém-nascido chegam a mamar a cada 2hs e tem dia que a cada uma hora, e tem dia que a cada 3hs....isso chama-se livre demanda!

2. Só podemos chegar à conclusão que o que o bebê está mamando não está sendo suficiente avaliando comportamento + ganho de peso + número de fraldas de xixi por dia + evacuações (o cocô do bebê). Muito mais do que o choro do bebê, o ganho de peso é um parâmetro mais importante.

3. Menos de 2% das mulheres não são capazes de produzir leite suficiente para seu bebê sem ter algum fator que interfira na produção. A grande maioria "acreditam" ou "acham" que não produzem leite suficiente, resultado da insegurança e da falta de apoio e orientação (MARQUES; COTTA; PRIORE, 2011).

4. Nenhuma mulher amamenta sozinha! Ela precisa de suporte, ambiente tranquilo, orientação de profissionais, da família e principalmente do marido! E não é por um dia, é o tempo todo, diariamente.

Minhas queridas mães e mulheres! Amamentar não é fácil, é aprendizado diário e contínuo. É resignação, é persistência, é paciência. Mas acima de tudo é prazeroso sim! Mas como diz uma grande amiga, Dra Luciana Herrero, antes de chegar na praia e aproveitar as maravilhas da natureza, o mar, o sol, temos que pegar a estrada, que pode ter pedras, curvas, chuva, e outras dificuldades. Mas a gente sempre chega.

Não podemos ter receio nem vergonha de pedir ajuda, de perguntar, de errar, de tentar de outra forma, mas principalmente de ouvir nosso coração! Ele nunca se engana.

Cuidado com o que circula na rede, cuidado com o que vocês leem na internet. Nem tudo que está escrito é verdade, é comprovado, é embasado cientificamente.

Com carinho!
Carolina Guimarães

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Saúde da Criança: nutrição infantil, aleitamento materno e alimentação complementar. Caderno de Atenção Básica n. 23. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília: Ministério da Saúde; 2009. 112p.
MARQUES, E.S.; COTTA, R.M.M.; PRIORE, S.E. Mitos e Crenças sobre o aleitamento materno. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.16, n.5; p. 2461-2468; 2011.