domingo, 18 de outubro de 2015

A amamentação e a importância do trabalho em equipe!

Olá amig@s!

Quando se fala de amamentação, é muito comum todos acharem que este assunto só diz respeito às mulheres, afinal os homens não amamentam então não precisam se interar tanto assim. O fato é que quando o assunto é amamentação, a participação do pai faz toda a diferença.

Muitas pesquisas já mostraram que a participação paterna no processo do aleitamento materno é um fator importante para o sucesso da amamentação.

Um estudo recentemente publicado na revista Pediatrics , foi realizado no Canadá para investigar o impacto de um programa de educação e suporte ao aleitamento materno envolvendo não somente a mãe, mas o casal. Os casais recebiam, além das orientações habituais sobre o aleitamento materno, orientações e materiais com conteúdos educativos sobre a participação do pai na amamentação (chamado de "Coparenting Breastfeeding Support"). Os casais foram avaliados quanto a manutenção do aleitamento materno exclusivo (ou seja, se o bebê estava sendo alimentado apenas com o leite de sua mãe, sem nenhum outro alimento associado, nem água), se as mães amamentavam por mais tempo e a percepção da mulher quanto à participação paterna e quanto ao apoio recebido durante a amamentação. Além disso, os autores também analisaram o nível de confiança paterna na amamentação (chamada de Autoeficácia na amamentação) e a atitude paterna quanto a alimentação da criança (o grau de preferência do pai pelo leite artificial ou pela amamentação). Os dados foram coletados ainda no hospital, durante a internação pós-parto, e também 6 e 12 semanas após o nascimento do bebê.

Os resultados mostraram que ações de promoção e suporte ao aleitamento materno que envolvam o casal podem influenciar positivamente os índices de aleitamento materno exclusivo e a duração do tempo de amamentação. Além disso, os programas que envolvem os país aumentam o nível de confiança paterna em sua habilidade para ajudar suas esposas na amamentação, e as mães percebem um maior envolvimento e apoio dos seus parceiros nesta fase desafiante do pós-parto.

É importante destacar que, quando se fala do apoio do parceiro, estamos falando de trabalho em equipe, da divisão de tarefas, especialmente nos cuidados com o bebê. Estamos falando de metas e objetivos compartilhados. E para isso é importante que o casal tenha uma boa comunicação e muita cumplicidade.

O estudo traz dados relacionados à Autoeficácia paterna na amamentação. A avaliação da confiança paterna na amamentação ainda não havia sido estudada, mas chama a atenção e o quanto é importante olhar com cuidado para isto, uma vez que se estamos falando que o apoio do pai é fundamental para o sucesso do aleitamento materno, é importante saber o quanto este pai se sente capaz de fornecer este suporte, e se for preciso, nós profissionais precisamos agir para que este homem aumente a confiança em seu potencial para ajudar sua esposa.

Durante o meu mestrado estudei a Autoeficácia na amamentação entre as mulheres, e despertou minha atenção quando li o estudo e vi os dados relativos à Autoeficácia paterna, um aspecto ainda não estudado. A orientação que o pai recebe poderá aumentar ou diminuir seu nível de confiança, e da mesma forma seu comportamento irá influenciar no nível de confiança da mulher em sua habilidade para amamentar o bebê. Portanto, nada melhor do que aprender juntos, e juntos escolher os caminhos e tomar as decisões necessárias; nada melhor do que curtir esta fase tão desafiadora, mas também tão prazerosa que é o pós-parto, juntos, vivenciando as mesmas emoções. E nada melhor do que ter alguém ao seu lado que entende o que está acontecendo e que te dá a maior força e o apoio necessário naquele momento, que impulsiona, ajuda a vencer as inseguranças e seguir adiante. Nada melhor do que o trabalho em equipe!


Referência:
  • Dennis CL. Coparenting breastfeeding support and exclusive breastfeeding: a randomized controlled trial. Pediatrics [internet]. Dec 2014 [cited 2012 sep 6]; 135(1):102. Avaliable from: http://
  • http://pediatrics.aappublications.org/content/135/1/102.full.pdf. DOI: 10.1542/peds.2014-1416.