quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Pouco leite? parte 2.

Ola querid@s!


Diante de uma reportagem lamentável que está circulando na internet da revista Pais e Filhos, me senti na obrigação de retomar um assunto que já comentei aqui no blog anteriormente: como saber se o que o bebê está mamando é suficiente?

Para quem não teve a oportunidade de ler o POST ANTERIOR, vamos retomar alguns pontos importantes:

1. o choro do bebê não é parâmetro único para saber se ele está bem alimentado! Bebês recém-nascido choram muito nos primeiros meses de vida. Choram porque estão com sono, choram por frio, por calor, porque a fralda está suja, porque a roupa incomoda, porque está muito barulho ou muito silêncio, porque podem ter refluxo e refluxo causa queimação e dói, choram porque querem colo de mãe e de pai, porque sentem saudade da época que estavam dentro da barriga, era muito mais gostoso e mais fácil la dentro.....e choram por fome também, porque está na hora de mamar. Bebês recém-nascido chegam a mamar a cada 2hs e tem dia que a cada uma hora, e tem dia que a cada 3hs....isso chama-se livre demanda!

2. Só podemos chegar à conclusão que o que o bebê está mamando não está sendo suficiente avaliando comportamento + ganho de peso + número de fraldas de xixi por dia + evacuações (o cocô do bebê). Muito mais do que o choro do bebê, o ganho de peso é um parâmetro mais importante.

3. Menos de 2% das mulheres não são capazes de produzir leite suficiente para seu bebê sem ter algum fator que interfira na produção. A grande maioria "acreditam" ou "acham" que não produzem leite suficiente, resultado da insegurança e da falta de apoio e orientação (MARQUES; COTTA; PRIORE, 2011).

4. Nenhuma mulher amamenta sozinha! Ela precisa de suporte, ambiente tranquilo, orientação de profissionais, da família e principalmente do marido! E não é por um dia, é o tempo todo, diariamente.

Minhas queridas mães e mulheres! Amamentar não é fácil, é aprendizado diário e contínuo. É resignação, é persistência, é paciência. Mas acima de tudo é prazeroso sim! Mas como diz uma grande amiga, Dra Luciana Herrero, antes de chegar na praia e aproveitar as maravilhas da natureza, o mar, o sol, temos que pegar a estrada, que pode ter pedras, curvas, chuva, e outras dificuldades. Mas a gente sempre chega.

Não podemos ter receio nem vergonha de pedir ajuda, de perguntar, de errar, de tentar de outra forma, mas principalmente de ouvir nosso coração! Ele nunca se engana.

Cuidado com o que circula na rede, cuidado com o que vocês leem na internet. Nem tudo que está escrito é verdade, é comprovado, é embasado cientificamente.

Com carinho!
Carolina Guimarães

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Saúde da Criança: nutrição infantil, aleitamento materno e alimentação complementar. Caderno de Atenção Básica n. 23. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília: Ministério da Saúde; 2009. 112p.
MARQUES, E.S.; COTTA, R.M.M.; PRIORE, S.E. Mitos e Crenças sobre o aleitamento materno. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.16, n.5; p. 2461-2468; 2011.